segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Beira Mar

Caminho pela beira-mar,lentamente.
Carrego nas mãos meu coração.
No coração levo um amor
que não tem mais razão de ser.
Dentro dos meus olhos
uma Lua onírica
domina a noite que me envolve.
Sob meus pés a areia molhada
e sobre meu corpo uma brisa fria
que acaricia a alma.
Ao longe as luzes da cidade,
tão distantes de tudo
e tudo o que ouço é
o mar escuro,tão próximo de mim.
Já não percebo horizontes,
tudo em sombras.
O estranho branco da espuma das ondas
tem um efeito de fantasmas.
Sim.Fantasmas.
Como os momentos que passaram.
Como os beijos que já não são mais.
Como o rosto e as palavras que tento inúltil esquecer.
Sinto-me pequeno,ínfimo.
Sobre mim o Céu.
Um vazio terrível até as estrelas.
Ao meu lado o oceano.
Imenso.Quasinfinito.
À minha frente um tapete de areia
contornando o mundo todo.
Não quero parar de caminhar.
Quero andar até o desconhecido.
Quero esquecer,deixar tudo para trás.
Quero ser brisa,
que passa e nada sente.

Sorocaba,07-07-1997

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