Havia um cisne.
Seu peito era a porta de uma Catedral
de asas abertas.
Havia flores e água
um branco sombrio
de tetos altíssimos
sustentados por colunas de carne marmórea
e um altar de ossos empilhados.
Era o coração do cisne.
Havia um cisne.
Seu peito era a porta de uma Catedral
e suas pernas eram imaculadas
pernas de mulher.
Pernas nuas
brancas
lindas.
E havia lindas brancas penas cobrindo o chão.
Eram as penas do cisne.
Havia um cisne.
Seu peito era a porta de uma Catedral
quasinfinita.
Eu entrei por essa porta.
Dentro da Catedral
havia um cisne.
Sorocaba,09-06-1998,03:00hs
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