O vento canta
entre os corpos mortos
das cidades destruídas.
Arrasadas.
A imobilidade da morte,
sua cor necrocinza
secosangue
ferida.
Orai.
Olhai
os membros decepados
espalhados
pelas ruas esburacadas.
Panos esfarrapados
queimados.
A carne queimada em si.
Em Si Menor.
Com novas formas
disforme.
O vento lamenta lento
tenebrosamente sem sentido algum
a ausência das almas.
Os blocos das casas
espalhados aleatórios.
Nada é mais
nem nunca será
jamais.
E para sempre
o vento cantando
fúnebre.
Para sempre
Lux Aeterna.
Sorocaba,14-10-1996,00:30hs
György Ligeti,"Lux Aeterna"
Nenhum comentário:
Postar um comentário