segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Paz Eterna

Entre os sepulcros
silêncio.
Paz Eterna
das pedras
dos anjos brancos
que a chuva
faz chorar.
E o vento
entre os sepulcros
é o tempo
que passa
que desfaz
lembranças
suavemente.
Silêncio.
Há gatos
entre os sepulcros.
A chuva
apaga os nomes
limo.
O tempo
esquece as datas.
Lembranças
que se perdem
pelo ar.
Há ecos
de vozes distantes
que passam
os muros cinzas.
As lágrimas
chuva
lavam as pedras
imobilidade.
Imobilidade
das estátuas
de tudo
que se desfaz.
Decomposição
dos corpos imóveis
das nuvens.
O vento decompôe
as nuvens
em lágrimas.
Crepúsculo
que se repete
eternamente
nos olhos brancos
dos anjos.
Tranqüilidade
esmagadora.
Beleza
que dói.
De nunca mais.
E entre os sepulcros
há gatos.
Entre os sepulcros
silêncio.
Entre os sepulcros
paz
Paz Eterna.

Sorocaba,11-02-1997,22:30hs

Nenhum comentário: