segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Madrugada

Madrugada absoluta
de tranqüila escuridão.
As luzes distantes dos postes
são desejos dos homens
de estrelas na Terra.
Ao longe,os fantasmas dos prédios,
que dormem nos horizontes.
Há uma calma em tudo
e o silêncio que de vez em quando
é profanado pelo ronco de algum motor.
Vazias ruas,casas quietas.
São quatro e meia da manhã.
Os cães latindo são a certeza de que
tudo está em ordem na Natureza das coisas.
Os cães que vieram de longe,
trazidos pelos ventos,
inundando tudo.
Despertam os primeiros galos.
Seus cantos,
profecias do dia que daqui a pouco virá,
espantam os maus espíritos.
E em tudo,
calma e suspense.
Já há a nostalgia antecipada na Lua,
e nas estrelas, gemidos de terra.
Expectativa da aurora que se aproxima.
Mas
ainda é madrugada.
Sobre o mundo.
Dentro de mim.
Madrugada.
Madrugada absoluta.

Sorocaba,18-01-1997,05:00hs

Nenhum comentário: